T.A.L.

HOMENAGEIA FERNANDO PESSOA

NOS 120 ANOS DO POETA COM A PEÇA O MARINHEIRO!

 Segunda veladora -

       “ Os homens que pensam cansam-se de tudo,

       porque tudo muda, o homem que passa prova-o

       porque muda com tudo, de eterno e belo há

       apenas o sonho!"

“O MARINHEIRO”, volta à cena nos dias 13/06/08 e 14/06/08, pelas 21.30 horas na Casa da Cultura de Loulé e Teatro Lethes em Faro respectivamente.

No dia 10/06/2008, também na Casa da Cultura, pelas 21.30 horas, terá lugar o encontro poético “ Toda a Gente é PESSOA!”, no qual poderão participar todos os amantes da obra pessoana, dizendo… cantando… contando etc.

Estes espectáculos e outros ainda a marcar, nomeadamente com “A MENSAGEM”, do mesmo autor, estreado pelo T.A.L em 2007, fazem parte de um conjunto de actividades a realizar até ao final do ano de 2008, integrado nas comemorações dos 25 anos de produções e actividade teatral do Teatro Análise de Loulé e servem para divulgar e promover o conhecimento da obra tão diversa deste grande génio da humanidade, nascido a 13/06/1888 (dia de Stº António) para ser baptizado com o nome de Fernando António Nogueira Seabra Pessoa, que escolheu no universo da palavra o recanto seguro de uma nova e ilimitada pátria para se expressar e nunca morrer “ A Minha Pátria é a Língua Portuguesa”.

TAL como estamos e somos, revemo-nos na bela síntese de pátria, atribuída a um certo Bernardo Soares, ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa, mais um daqueles personagens que, pelo jogo, a arte de fingir, ou pela sua mediunidade nos trouxe esse visionário que veio do futuro, para nascer no palco da mais bela cidade da Europa, a de Lisboa, há 120 anos.

Como os actores no Teatro, com todas as suas máscaras ele foi a verdadeira “persona” e entre outras coisas, mago, astrólogo, visionário, tradutor de cartas comerciais, dramaturgo, um ser complexo, diverso no estilo e no verso e por isso tão suavemente português e tão universal, pobre de teres e haveres, mas rico de seres, por isso Poeta, que importa sempre lembrar e dar a conhecer.

“O MARINHEIRO” é, com este drama estático em um acto, com esta jóia da literatura portuguesa, escrita em dois dias de 1913, que Fernando Pessoa escolhe para aparecer em seu nome, no primeiro número da “Revista Orffeu” publicada nesse mesmo ano.

Trata-se de uma obra acabada, perfeita, estilisticamente inesperada e muito bela, que antecede várias obras importantes do, poeta e contem, o gérmen da sua futura criação.

“ O Marinheiro” este drama que se desenrola, na sala da torre de um velho castelo junto ao mar, onde três raparigas velam o corpo morto de uma jovem, no momento anterior ao nascer do dia, é de uma desesperadora lucidez, profundamente inteligente, de uma aguda e quase palpável genialidade, sobre o Ser ou Não Ser, ou sobre o problema do ser ante a dor e a morte e ao mesmo tempo uma infinita janela que, nos permite viajar, pela poesia de Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis, através dos diálogos, reflexões, sonhos e angustias das três veladoras, tão profundamente dramáticas, que nos lembram máscaras, atrás das quais um Pessoa se esconde para se revelar mais tarde, ainda mais diverso.

Este drama estático, para o qual foi concebida uma encenação estética, porque assim o vemos, um sonho todo dinâmico como a vida nos dois planos, estreou-se no dia 27 de Março de 2008 dia Mundial do Teatro, na III mostra de Teatro promovida pela Câmara Municipal de Loulé, mais produção da Casa da Cultura de Loulé.

Como a arte do actor é o Teatro e os actores levam as palavras aos actos, continuaremos a viajar e servir como amadores dessa coisa amada, T.A.L como vimos fazendo nestes vinte e cinco anos, dizendo “ Ó Portugal é a Hora!”

Conhecer Pessoa faz parte da universalidade do ser português, errante, disperso e diverso.

Ficha técnica

Interpretes:

Ana Rita

Graça Emídio

Manuela Teiga

Mariana Teiga

Susana Viegas

José Teiga

Musica: Francisco Nascimento

Cenografia, figurinos, adereços e cartaz: Ana Sousa

Luminotécnico: João Viegas

Texto de: José Teiga