São 46 anos de vida em Democracia, são 41 anos da Casa da Cultura. Que boa data para comemorar o aniversário. Este ano, sem festa, sem exposição, sem encontros ou tertúlias mas com uma presença igualmente forte, que se pretende de reflexão e de, digamos, “revisão de matéria dada”. Neste período de confinamento (esta palavra que parecia ter caído em desuso…) aproveitemos, enquanto sócios, para assinalar o aniversário da Casa da Cultura precisamente fazendo uma “revisão da matéria dada” para pensarmos no que é que a CCL já nos deu que não possamos nós, agora, dar-lhe.
Talvez seja tempo de repensar o percurso que a Casa da Cultura já fez para recuperarmos a capacidade de resiliência e de adaptação aos novos tempos, provavelmente menos presenciais, mais digitais e, com certeza, mais desafiantes no sentido em que nos irá obrigar a ser criativos para que consigamos estar presentes, mesmo que por momentos mais ou menos longos, não o possamos estar. Mas também será o tempo ideal para pensarmos o quão importante é a proximidade ou a presença, quer em circuitos económicos que se pretendem cada vez mais curtos, como em processos de voluntariado ou em projetos de informação, formação e cultura. A CCL pauta-se por esta última vertente. Mas não existe sem a proximidade, a presença e a participação dos seus sócios. E se os tempos são de grandes desafios, convidamos, pois, os sócios da CCL, que somos todos nós, a avançar com propostas e ações numa instituição que todos sabem que existe, todos sentem que ali pertencem, mas que provavelmente, nos últimos anos, não têm reparado nela. E agora, talvez sintam falta dela. Nem que seja de receber apenas as informações aos sócios, ou a divulgação… mas e a presença? E “o fazer” mais do que “o ver”? Que temos feito nós, enquanto sócios, numa Casa que é nossa? Provavelmente, a melhor forma de assinalarmos o aniversário da Casa da Cultura de Loulé, sem nunca perder de vista os seus ideais, que a Democracia permitiu construir, é desenhar já hoje um projeto, tomar uma decisão, mudar a nossa postura enquanto sócios. E não ficar em casa. Ir e fazer. Ou, ficando em casa, fazendo. Só assim temos a certeza que a Casa da Cultura continuará a somar aniversários sempre em construção formativa.